ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA
SE MANIFESTA
CONTRA A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA
POR QUE A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA (ABP) É CONTRÁRIA À
LEGALIZAÇÃO DA MACONHA:
1. Falta de estrutura para o
tratamento de dependentes. O Brasil não possui uma rede comunitária
ambulatorial e hospitalar para as pessoas que desenvolvem transtornos mentais
ou de comportamento em decorrência do uso da droga. Com o potencial aumento do consumo, ocorrerá também um aumento do
número de dependentes. É inadequado discutir modelos que funcionam em outras
nações sem compreender a realidade de saúde brasileira.
2. Maconha é ainda mais
danoso à saúde que o cigarro. Quem fuma maconha consome quatro vezes mais
alcatrão do que se fumasse um cigarro de tabaco e cinco vezes mais monóxido de
carbono, duas substâncias associadas diretamente ao câncer de pulmão.
3. Alto risco e impacto no
desenvolvimento dos jovens. Dos 12 aos 23 anos, o cérebro está em pleno
desenvolvimento. Quanto mais precoce o uso da droga, maiores são as chances de
dependência. A ação da maconha nessa fase de formulação cerebral pode ser irreversível. Com a
legalização deveria aumentar o número de usuários, especialmente entre os
adolescentes. Quando usada na
adolescência, o risco de dependência é o mesmo da cocaína, ou seja, 15%.
4. Maconha causa prejuízo a
diversos órgãos e sistemas humanos. Estudo de 2012, conduzido pelo
psiquiatra Ronaldo Laranjeira, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria,
apontou que a maconha multiplica por 3,5
vezes a incidência de desenvolvimento de esquizofrenia e também multiplica por
5 vezes as chances de desencadear no usuário o Transtorno de ansiedade.
5. Uso terapêutico da droga
ainda está em fase de estudos. Há normas legais no Brasil referentes ao uso
experimental de qualquer nova terapêutica, inclusive o eventual uso de
derivados da cannabis. Sendo assim, bastaria cumprir essas normas para que seja
possível cumprir tal finalidade sem a necessidade da legalização total da
droga. Usar o falso pretexto de que a maconha faz bem é ingênuo e perverso. O
que pode eventualmente vir a ser útil são substâncias extraídas da maconha, sem
características alucinógenas, como ocorre com o Canabidiol, vendido em
formulações a óleo e spray. A maconha fumada não possui nenhuma evidência
científica com relação a sua eficácia terapêutica.
6. Não impacta na diminuição
da violência. A legalização da maconha não é o caminho para diminuir a
violência. As leis e as proibições não eliminam totalmente os crimes, mas
diminuem sua incidência e o número de vítimas. Os países que endureceram as
leis contra as drogas foram os que mais reduziram o número de dependentes e a violência.
É assim na China, em Cuba, nos EUA e na Suécia, para citar alguns exemplos. E a legalização da maconha não influenciaria
o tráfico, pois somente 20% do dinheiro do tráfico advém da maconha.
7. Ineficiência no controle de outras drogas, como álcool e o cigarro.
O Brasil tem dificuldade na fiscalização
da compra de cigarros e bebidas alcoólicas por adolescentes. De acordo com
dados do Instituto Nacional de Câncer, 52,6% dos adolescentes já compraram
cigarros, sem que na maioria dos casos lhes tenha sido solicitada a carteira de
identidade. Quadro similar ocorre com a venda de bebidas alcoólicas. Com a
legalização da maconha em nosso país, o mesmo ocorreria. Além do mais a legalização da maconha aumentará o número
de acidentes e mortes no trânsito, segundo o estudo dos professores Mark
Asbridge, Jill A Hayden e Jennifer L Cartwright: http://www.bmj.com/content/344/bmj.e536
8. Legalização não encontra respaldo em mais influente agência
reguladora do mundo. A agência americana FDA (Food and Drug Administration) referência mundial no que diz
respeito à saúde pública, se posiciona contrária à legalização ou ao uso da
maconha fumada para fins terapêuticos. A legalização da maconha para uso
medicinal é indefensável cientificamente e só parecer servir para justificar a
legalização para o uso recreativo.
9. Desconhecimento do impacto que a maconha pode causar na estrutura
psíquica do usuário. A droga, quando
fumada, piora todos os quadros psiquiátricos, que já atingem até 25% da
população, como depressão, ansiedade e bipolaridade. A maconha pode
desencadear primeiras crises graves, mudando a história natural de doentes que poderiam
viver incólumes a riscos transmitidos geneticamente.
10. Maioria dos brasileiros é contra a legalização. Recente
levantamento nacional (LENAD 2012) mostrou que 75% dos entrevistados se disseram contrários à legalização da maconha.
Pesquisa ainda mais recente (maio/2014), do Instituto Gerp, atesta que 69% dos
moradores do Estado do Rio de Janeiro também são contra.
Por estes, entre outros motivos, a ABP se posiciona contra o Projeto de Lei que legaliza a maconha.
ENTIDADES QUE ASSINAM ESSE MANIFESTO:
Esse manifesto é assinado pela
ABP, pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas - ABEAD e
todos os médicos psiquiatras componentes da Comissão de Dependência Química da
ABP, são eles: Ronaldo Ramos Laranjeira, PhD em Psiquiatria na Universidade de
Londres no setor de Dependência Química e é professor titular do Departamento
de Psiquiatria da UNIFESP; Analice de Paula Gigliotti, Chefe do Setor de
Dependências Químicas e Comportamentais do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa
da Misericórdia do Rio de Janeiro; Carlos Salgado, Especialista em Dependência
Química pela UNIFESP; Marcelo Ribeiro de Araújo, professor e investigador principal
da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas - UNIAD; Valdir Ribeiro Campos,
Especialista em Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo -
UNIFESP e Membro da Comissão de Controle do Tabagismo, Alcoolismo e Outras
Drogas da Associação Médica de Minas Gerais- CONTAD/AMMG; Pedro Eugênio
Mazzuchi Ferreira, Coordenador do Ambulatório de Dependência Química do
Hospital São Lucas PUCRS; Frederico Garcia, Professor do Departamento de Saúde
Mental da Faculdade de Medicina da UFMG e Coordenador do Centro Regional de
Referência em Crack e em outra Drogas; Ana Cecília Marques, Presidente do
Comitê Multidisciplinar de Estudos sobre Dependência de Álcool e Outras Drogas
da Associação Paulista de Medicina -APM e Presidente da ABEAD e Carla Bicca,
Especialista em Dependência Química – FIPAD/UNIFESP.
Divulguemos essas importantes informações!
Local Plenário nº 2, Anexo II, Ala Senador Nilo Coelho, Senado Federal.
Sugestão nº 8/2014, que trata da regulamentação do uso recreativo, medicinal ou industrial da maconha. O relator é o Senador Cristovam Buarque.
Convidados: Leon de Souza Lobo Garcia - Diretor de Articulação e Coordenação de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça; Nivio Nascimento - Coordenador do Programa do Estado de Direito da UNODC - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime - Rosiska Darcy de Oliveira - Presidente Executiva do Movimento “Rio como vamos”; Eurico Júnior - Deputado Federal.
Seg(11/8) 9h: Aud. Púb. Legalização maconha! Vá, ligue ou comente p/net!
Segunda,11/8, 9h: Solicitamos a presença de todos na Audiência Pública que ocorrerá nesta Segunda, 11/8, 9h, na Comissão de Direitos Humanos s/a legalização da maconha. Quem não puder ir, favor comentar em: http://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaoaudiencia?id=2481 ou telefone 0800-61-22-11. Sua presença é muito importante. Leve cartazes e cartolinas contra a legalização.
Local Plenário nº 2, Anexo II, Ala Senador Nilo Coelho, Senado Federal.
Sugestão nº 8/2014, que trata da regulamentação do uso recreativo, medicinal ou industrial da maconha. O relator é o Senador Cristovam Buarque.
Convidados: Leon de Souza Lobo Garcia - Diretor de Articulação e Coordenação de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça; Nivio Nascimento - Coordenador do Programa do Estado de Direito da UNODC - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime - Rosiska Darcy de Oliveira - Presidente Executiva do Movimento “Rio como vamos”; Eurico Júnior - Deputado Federal.
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